Persistência de inovação e sustentabilidade: um olhar sobre o desempenho econômico-financeiro em empresas brasileiras

Autores

  • Danielle Maria Porto Gurgel Universidade Federal do Ceará.
  • Carlos Adriano Santos Gomes Gordiano Universidade Federal do Ceará.

Resumo

Considerando o contexto de alinhamento entre inovação, sustentabilidade e desempenho econômico-financeiro o estudo objetiva investigar o desempenho econômico-financeiro das empresas reconhecidas como inovadoras e sustentáveis de forma persistente, em comparação às demais empresas reconhecidas como inovadoras, porém não persistentes. A pesquisa de caráter descritiva, documental e quantitativa tem como objeto as 43 empresas ranqueadas no Prêmio Valor Inovação Brasil (PVIB) e listadas no ISE (B3) entre 2016 e 2019 sendo 16 persistentes em inovação e sustentabilidade e 8 inovadoras não persistentes cujos indicadores de desempenho ROE, ROA, EBITDA, Lucro por Ação (LPA), Margem Líquida (MC), Liquidez Corrente (LC), e Fluxo de Caixa Operacional (FCO) foram comprados com a variável sustentabilidade definida por meio de uma dummy, das empresas que compõem o ISE e na inovação daquelas listadas no Prêmio Valor Inovação Brasil. O estudo apoiou-se em estatísticas descritivas e teste não paramétrico de Mann-Whitney e os resultados indicaram que nos indicadores LPA, ROE, ROA e Margem Líquida as empresas listadas no Prêmio Valor Inovação Brasil e no ISE de forma persistente apresentaram melhor desempenho econômico-financeiro que as empresas listadas no Prêmio Valor Inovação Brasil de forma não persistente e para os indicadores margem EBITDA, % de conversão de EBITDA em FCO e Liquidez Corrente não foi constatado que estes indicadores são diferentes entre os grupos de empresas inovadoras e sustentáveis persistentes e das empresas inovadoras não persistentes. O estudo apresenta como contribuição a revelação de que a variável persistência no processo de inovação é determinante no alcance de melhores indicadores econômico, tais como, LPA, ROE, ROA e ML, com potencial de orientar empresas a ajustarem suas estratégicas na busca por ampliar a competitividade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Danielle Maria Porto Gurgel, Universidade Federal do Ceará.

Professora da Faculdade CDL.

Carlos Adriano Santos Gomes Gordiano, Universidade Federal do Ceará.

Doutor em Educação Brasileira e professor do Mestrado em Administração e Controladoria Profissional.

Referências

ALOISE, P. G; NODARI, C. H.; DORION, E. C. H. Ecoinovações: um ensaio teórico sobre conceituação, determinantes e achados na literatura. Interações, Campo Grande, v. 17, n. 2, p. 278-289, abr./jun. 2016.

BARBIERI, J. C. et al. Inovação e sustentabilidade: novos modelos e proposições. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 50, n. 2, p. 146- 154, abr./jun. 2010.

BARNEY, J. B. Organization culture: can it be a source of sustained competitive advantage? Academy of Management Review, New York, v. 11, n. 3, p.656-665, 1986.

BEATO, R. S.. Índice de sustentabilidade empresarial em bolsas de valores e a influência sobre a gestão ambiental das empresas: um estudo do ISE BoVESPA. 2007. 202 F. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Nove de Julho, São Paulo, 2007.

BESSANT, J.; TIDD, J. Inovação e empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2009.

BIDERMAN, R.; MONZONI, M.; BRITO, R. P. Finanças sustentáveis e o caso do índice de sustentabilidade empresarial da BOVESPA. In: Simpósio de Administração da Produção, Logística e Operações Internacionais, 9., 2006, São Paulo. Anais... São Paulo: FGV, 2006.

BOTTA, E. N. N.; DONADONE, J. C. Consultorias em sustentabilidade: polarizações e representatividades de um mercado crescente. Revista Gestão & Produção, São Carlos, v. 21, n. 4, p. 719-731, 2014.

CABRAL, J. E. O. Determinantes da propensão para inovar e da intensidade inovativa em empresas da indústria de alimentos do Brasil. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 11, n. 4, p. 87-108, out./dez. 2007.

CARMONA, L. J. M.; ZONATTO, V. C. S. Inovação e desempenho econômico-financeiro de empresas brasileiras de capital aberto. Caderno Profissional de Administração da UNIMEP, Piracicaba, v. 7, n. 1, p. 25-44, 2017.

CARVALHO, A. P.; BARBIERI, J. C. Inovações socioambientais em cadeias de suprimento: um estudo de caso sobre o papel da empresa focal. Innovation and Management Review, [S. l.], v. 10, n. 1, p. 232-256, 2013.

CASTRO, L. A. Análise de diferenças de desempenho entre empresas participantes e não participantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&F Bovespa. Revista Ciências Administrativas, Fortaleza, v. 23, n. 1, p. 128-155, jan./abr. 2017.

COLARES, A. C. V. et al. O Balanço Social como indicativo socioambiental das empresas do Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&F Bovespa. Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, Rio de Janeiro, v. 17, p. 83-100, 2012.

COLLIS, D.; MONTGOMERY, C. Competing on resources: strategy in the 1990’s. Harvard Business Review, [S. l.], v. 84, p. 118-128, 1995.

CORRÊA, D. A. et al. Inovação, sustentabilidade e responsabilidade social: análise da experiência de uma empresa de equipamentos pesados. Revista de Gestão Social e Ambiental, São Paulo, v. 4, n. 3, p. 90-105, set./dez. 2010.

EZZIA, F.; JARBOUIB, A. Does innovation strategy affect financial, social and environmental performance?. Journal of Economics, Finance and Administrative Science, Lima, v. 21, n. 40, p. 14-24, jun. 2016

FARIAS, I. F. Efeitos da inovação e dos investimentos em meio ambiente no desempenho de empresas brasileiras e espanholas. 2018. 117 f. Dissertação (Mestrado em Administração e Controladoria) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.

FAVARO, L. C.; ROVER, S. Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE): a associação entre os indicadores econômico-financeiros e as empresas que compõem a carteira. Contabilometria: Brazilian Journal of Quantitative Methods Applied to Accounting, Monte Carmelo, v. 1, n. 1, p. 39-55, 2014.

GATIMBU, K. K. et al. Environmental sustainability and financial performance of the small-scale tea processors in Kenya. Business Strategy and The Environment, [S. l.], v. 27, n. 8, p. 1765, 2018

GOMES, M. I. P. A influência da inovação no desempenho econômico-financeiro: uma análise de empresas brasileiras de capital aberto. 2019. Dissertação (Mestrado em Administração) - Centro Universitário Unihorizontes, Belo Horizonte, 2019.

GROENEWALD, D.; POWELL, J. Relationship between sustainable development initiatives and improved company financial performance: a South African perspective. Acta Commercii, Cape Town, v. 16, n. 1, p. 1-14, 2016.

HART, S. L. A natural-resource-based view of the firm. The Academy of Management Review, New York, v. 20, n. 4, p. 986-1014, 1995.

HASHI, I.; STOJCIC, N. The impact of innovation activities on firm performance using a multistage model: evidence from the Community Innovation Survey 4. Research Policy, [S. l.], v. 42, p. 353-366, 2013.

JITMANEEROJ, B. Reform priorities for corporate sustainability: environmental, social, governance, or economic performance? Management Decision, [S. l.], v. 54, n. 6, p.1497-1521, 2016.

MARION, J. C.. Análise das demonstrações contábeis. 7. ed. 2012.

MENEZES, U. G. et al. Gestão da inovação para o desenvolvimento sustentável: comportamento e reflexos sobre a indústria química. Revista de Administração e Inovação, São Paulo, v. 8, n. 4, p. 88-116, 2011.

MIECOANSKI, F. R.; PALAVECINI, A. C. Rentabilidade e sustentabilidade empresarial dos bancos que negociam ações na BM&F Bovespa. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, v. 7, n. 3, p. 76-85, 2017.

MIRANDA, K. F. et al. A capacidade inovativa e o desempenho econômico-financeiro de empresas inovadoras brasileiras. Revista Eletrônica de Administração, Porto Alegre. 21, n. 2, p. 269-299, 2015.

NIDUMOLU, R.; PRAHALAD, C. K.; RANGASWAMI, M. R. Why sustainability is now the key driver of innovation. Harvard Business Review, [S. l.], v. 87, n. 9, p. 56-64, 2009.

PETERAF, M. A. The cornerstones of competitive advantage: a resouced-based view. Strategic Management Journal, Chicago, v. 1, p. 179-191, mar. 1993.

PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 11. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

PRZYCHODZEN, J. PRZYCHODZEN, W.. Relationships between eco-innovation and financial performance: evidence from publicly traded companies in Poland and Hungary. Journal of Cleaner Production, [S. l.], v. 90, p. 253-263, 2015.

OCDE. Manual de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3. ed. Paris: OCDE, 2005.

OCDE. Framing eco-innovation: the concept and the evolution of sustainable manufacturing. In: OCDE. Eco-Innovation in Industry: enabling green growth. [S. l.]: OCDE, 2009. p. 21-57. Disponível em: https://www.ocde.org/innovation/inno/43423689.pdf. Acesso em: 27 jul. 2020.

PENROSE, E. The theory of growth of the firm. New York: John Wiley e Sons, 1959.

RAMOS, A.; ZILBER, S. N. O impacto do investimento na capacidade inovadora da empresa. Revista de Administração e Inovação, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 303-325, 2015.

RAMOS, M. A. A influência da inovação no desempenho econômico-financeiro: proposição de modelo e teste em empresas portuguesas. 2017. 171 f. Tese (Doutorado em Administração) – Faculdade de Ciências Empresariais, Universidade Fumec, Belo Horizonte, 2017.

REZAEE, Z. Corporate Sustainability: theoretical and integrated strategic imperative and pragmatic approach. The Journal of Business Inquiry, v. 16, n. esp., March 2017.

SANTOS, P. M. F.; PORTO, R. B. A gestão ambiental como fonte de vantagem competitiva sustentável: contribuições da visão baseada em recursos e da teoria institucional. Revista de Ciências da Administração, Florianópolis, v. 15, n. 35, p. 152-167, 2013.

SANTOS, J. G. C. Inovação, sustentabilidade ambiental e social e desempenho: relação e efeitos em empresas brasileiras e europeias. 2015. 226 f. Dissertação (Mestrado em Administração e Controladoria) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2015.

SCHUMPETER, J. A. Teoria e desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juros e o ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

STRATEGY&. Prêmio Valor Inovação Brasil. [São Paulo]: Strategy&, [2019]. Disponível em: https://www.strategyand.pwc.com/br/pt/inovacao-brasil.html. Acesso em: 27 jul. 2020.

SUNDER, S. Teoria da contabilidade e do controle. São Paulo: Atlas, 2014.

TAVASSOLI, S.; KARLSSON, C. Persistence of various types of innovation analyzed and explained. Research Policy, [S. l.], v. 44, n. 1, p. 1887-1901, 2015.

TEIXEIRA, N. M. D.; AMARO, A. G. C. Avaliação do desempenho financeiro e da criação de valor: um estudo de caso. Revista Universo Contábil, Blumenau, v. 9, n. 4, p. 157-178, 2013.

TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação. 5. ed. São Paulo: Bookman, 2015.

USMAN, M. et al. Impact of R&D investment on firm performance and firm value: evidence from developed nations (G-7). Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 302-321, 2017.

ŻAK, A.. Triple Bottom Line concept in theory and practice. Social Responsibility of Organizations Directions of Changes, v. 387, p. 251-264, 2015.

Downloads

Publicado

18/11/2021

Como Citar

Gurgel, D. M. P., & Gordiano, C. A. S. G. (2021). Persistência de inovação e sustentabilidade: um olhar sobre o desempenho econômico-financeiro em empresas brasileiras. Refas - Revista Fatec Zona Sul, 8(2), 58–79. Recuperado de https://revistarefas.com.br/RevFATECZS/article/view/528

Edição

Seção

Gestão Empresarial

Métricas