Artefatos de contabilidade gerencial no setor público
Análise dos mecanismos isomórficos à luz da teoria institucional
DOI:
https://doi.org/10.26853/Refas_ISSN-2359-182X_v10n03_01Palavras-chave:
Artefatos Gerenciais, Isomorfismo, Setor públicoResumo
A controladoria tem representado um papel de destaque na gestão estratégica das organizações. Nesse aspecto, existem diferentes agentes internos e externos que exercem influência sobre órgãos de controladoria do setor público no sentido de adotarem determinados artefatos e práticas contábeis mais evoluídas. Sendo assim, este artigo teve como objetivo investigar, nas controladorias das prefeituras da Região Metropolitana do Recife (RMR), que artefatos de contabilidade gerencial são predominantes quanto à adoção e uso decorrentes de mecanismos isomórficos encontrados na literatura da teoria institucional. Para tanto se realizou um estudo de cunho exploratório e descritivo com abordagem quanti-qualitativa, que se deu por meio de um survey com aplicação de um questionário semiestruturado, das quais se obteve retorno de 40% dos órgãos de controle das prefeituras da RMR abordados na pesquisa. Os dados coletados foram analisados com base em técnicas de estatística descritiva, de modo que os resultados obtidos revelam que, dos artefatos investigados, quanto ao uso predominam: orçamento; custeio padrão; planejamento estratégico; e custeio baseado em atividades, dentre os tradicionais e modernos, cujas escolhas foram mais associadas aos mecanismos isomórficos do tipo coercitivo e normativo do que ao mimético, segundo a visão dos respondentes das controladorias municipais da RMR.
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