A política de educação permanente e os planos de carreiras no SUS: limites e dificuldades

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26853/Refas_ISSN-2359-182X_v07n06_05

Resumo

O artigo objetiva apontar o papel da Política de Educação Permanente (EP) do Ministério da Saúde como um dos eixos centrais para o aperfeiçoamento da formação nas carreiras profissionais no Sistema Nacional de Saúde do Brasil, denominado Sistema Único de Saúde (SUS), considerando suas diretrizes e aplicação nas Políticas de Gestão do Trabalho em Saúde; tendo como elemento principal de análise os Planos de Carreiras, Cargos e Salários implantados, segundo a percepção de gestores e servidores. Adotou-se o método de pesquisa de abordagem qualitativa, em que se empreendeu pesquisa bibliográfica, análise documental, entrevistas semiestruturadas com os gestores e grupos focais com profissionais da saúde que atuam em UBS e num Hospital. A análise das falas foi ancorada na Análise de Conteúdo, mediante a construção dos núcleos temáticos, núcleos de sentido e categorias. Verificou-se que as ações de EP ampliam a competência dos profissionais de saúde de forma autônoma, engajando-os no desenvolvimento de ações sanitárias e qualificando as equipes de saúde. Entende-se que a EP deve ser reconhecida como critério para a progressão nas carreiras profissionais do SUS, ao propor a formação continuada visando melhoria dos processos de trabalho e compatibilizando a melhoria da formação com a qualificação das práticas técnicas no cotidiano dos serviços de saúde. Considera-se que a conscientização da importância da EP precisa ser disseminada como conhecimento que transforma, se multiplica e expande horizontes pessoais e paradigmáticos. Para tanto, a EP precisa ser pensada como fio condutor da evolução pessoal e profissional destes atores que constroem o Sistema Nacional de Saúde.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eliziane Jacqueline Santos, UNIFESP. Doutora em Saúde Coletiva.

Psicóloga, Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas, Mestre em Psicologia pela PUC Minas, Doutora em Saúde Coletiva pela Unifesp. Â Universidade de Mogi das Cruzes, Departamento de Psicologia, Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil.

Francisco Antonio de Castro Lacaz, Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo.

Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1974); residência médica em Doenças Infecciosas e Parasitárias pelo Hospital Estadual de Doenças Infecciosas Emílio Ribas (1976); especialização em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (1977); mestrado em Medicina, área de Medicina Preventiva, pela Faculdade de Medicina de São Paulo da Universidade de São Paulo (1984); doutorado em Medicina, área de Saúde Coletiva pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (1996); Estágio Pós-Doutoral em Psicologia Social pela Universidade Autônoma de Barcelona (2009). Atualmente é Professor Titular (aposentado) desde 03/03/2017, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, Departamento de Medicina Preventiva, área de Política, Planejamento e Gestão em Saúde. .Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Medicina, Departamento de Medicina Preventiva, São Paulo, São Paulo, Brasil.

Referências

ANDRADE, S.R.; MEIRELLES, B.H.S.; LANZONI, G.M. M. Educação Permanente em Saúde: atribuições e deliberações àluz da Política Nacional e do Pacto de Gestão. O Mundo da Saúde, v. 35, n. 4, p. 373-381, 2011.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BATISTA, K.B. C; GONCALVES, O.S.J. Formação dos profissionais de saúde para o SUS: significado e cuidado. Saúde e Sociedade, n.20, v.4, p. 884-899, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Portaria n° 626/GM, de 8 de abril de 2004. Cria Comissão Especial para elaborar as diretrizes do Plano de Carreira, Cargos e Salários do âmbito do SUS, Brasília: Ministério da Saúde, 2004 a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Política de Educação e Desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde: pólos de educação permanente em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2004 b.

BRASIL. Ministério da Saúde. A educação permanente entra na roda: pólos de educação permanente em saúde: conceitos e caminhos a percorrer. Brasília: Ministério da Saúde, 2005 b. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios).

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 699, de 30 de março de 2006. Regulamenta as Diretrizes operacionais dos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão. Brasília, DF: Ministério da Saúde, n. 64, p. 49, 3 abr. Seção 1. 2006 a.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde. Programa Nacional de Desprecarização do Trabalho no SUS: Desprecariza SUS - perguntas & respostas. Comitê Nacional Interinstitucional de Desprecarização do Trabalho no SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006 b.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Protocolo n° 06, de 09 de novembro de 2006. Diretrizes Nacionais PCCS-SUS. Dispõe sobre Diretrizes Nacionais para a instituição de Planos de Carreiras, Cargos e Salários no âmbito do Sistema Único de Saúde – PCCS-SUS. Documento elaborado pela Comissão Especial do PCCS-SUS e aprovado pela Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS, Comissão Intergestores Tripartite e referendado pelo Conselho Nacional de Saúde, 2006 c.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde. Portaria Ministerial n°. 2.261, de 22 de setembro de 2006. Implanta o Programa de Qualificação e Estruturação da Gestão do Trabalho e da Educação no SUS – ProgeSUS. Diário Oficial da União, 26 de setembro de 2006 d.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Portaria n° 1996/GM, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde e dá outras providências. Diário Oficial da União, n° 162, de 22 de agosto de 2007, Seção 1, 2007 a.

BRASIL. Portaria interministerial n. 421, de 3 de março de 2010. Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET-Saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 5 mar. 2010. Seção 1, p. 52

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Vigilância em Saúde. Glossário temático: promoção da saúde / Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Vigilância em Saúde. – 1. ed., 2. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

CAROTTA, F; KAWAMURA, D; SALAZAR, J. Educação permanente em saúde: uma estratégia de gestão para pensar, refletir e construir práticas educativas e processos de trabalhos. Saúde Soc., n.18(supl 1):48-51, 2009.

CONASS. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Gestão do Trabalho na Saúde/ Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília: CONASS, 2007.

COSTA, A.C.O. et AL. Plano de carreira, cargos e salários: ferramenta favorável àvalorização dos recursos humanos em saúde pública. Odontol. Clín.Cient., Recife, v. 9, n.2, p.119-123, abr./jun., 2010.

DA CUNHA, A.Z.S. et al. Implicações da educação permanente no processo de trabalho em saúde. Espaço para a Saúde-Revista de Saúde Pública do Paraná, v. 15, n. 4, p. 64-75, 2014.

DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.

FRANÇA, T. (coord. Geral). Análise da Política de Educação Permanente do SUS (PEPS) implementada pelas Secretarias Estaduais de Saúde (SES): Relatório Final, volume II. Rio de Janeiro: UERJ/IMS, 2016.

FRANÇA, T. et al. A capilaridade da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde no Brasil. CIAIQ2016, v. 2, 2016.

FRANÇA, T. et al. Política de Educação Permanente em Saúde no Brasil: a contribuição das Comissões Permanentes de Integração Ensino-Serviço. Ciência & Saúde Coletiva, v.22, n.6, 2017, p.1817-1828.

LACAZ, F.A.C; et al. Qualidade de vida, gestão do trabalho e plano de carreira como tecnologias em saúde na atenção básica do Sistema Único de Saúde em São Paulo, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 26,n. 2, p. 253-263,fev., 2010 a.

LACAZ, F.A. C. e cols. Gestão do trabalho em saúde em dois sistemas municipais do estado de São Paulo: implicações operacionais e psicossociais para uma política de pessoal. Relatório final. Projeto n. 11/50609-6. Edital de Políticas Públicas FAPESP. São Paulo, 2014.

LEMOS, C.L.S. A concepção de educação da política nacional de educação permanente em saúde. (Tese) Goiânia, Universidade Federal de Goiás, 2010.

LOURENÇO, E.A.S.; BERTANI, Í.F. Saúde do trabalhador no SUS: desafios e perspectivas frente àprecarização do trabalho. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 32, n. 115, p.121-134, 2007.

MAGNAGO, C. et al. Policy of Labor Management and Health Education: a ProgeSUS experience. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, n. 5, p. 1521-1530, 2017.

MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12. ed. São Paulo: Hucitec, 2010.

PIERANTONI, C. R. et al. Gestão do trabalho e da educação em saúde: recursos humanos em duas décadas do SUS. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 18, n. 4, p. 685-704, 2008.

PIERANTONI, C. R. e cols. Gestão do trabalho e da Educação em Saúde. Rio de Janeiro: CEPESC-IMS/UERJ, 2012.

PIERANTONI, C.R. (Coord. Geral) Avaliação de Políticas e Programas Nacionais da Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde no SUS: Sumário Executivo. Rio de Janeiro: UERJ/IMS – Ministério da Saúde/ SEGETS/DEGERTS, 2014.

VIANA, A. L. D. et al. Programa de Monitoramento e Avaliação da Implementação da Política Nacional de Educação Permanente. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2010.

VINCENT, S.P. Educação permanente: componente estratégico para a implementação da política nacional de atenção oncológica. Rev Bras Cancerol, v. 53, n. 1, p. 79-85, 2007.

VIEIRA, S. P. et al. Career plans, positions and salaries in the scope of the Unified Health System: beyond the limits and testing possibilities. Saúde em Debate, v.41, n.112, p.110-121, 2017.

Downloads

Publicado

31/08/2021

Como Citar

Santos, E. J., & Lacaz, F. A. de C. (2021). A política de educação permanente e os planos de carreiras no SUS: limites e dificuldades. Refas - Revista Fatec Zona Sul, 7(6), 1–16. https://doi.org/10.26853/Refas_ISSN-2359-182X_v07n06_05

Edição

Seção

Temas Relacionados

Métricas